Nuno Prata: conversa-concerto [25.01.2014]

O que sei sobre as minhas canções: conversa-concerto com Nuno Prata

Comecei a escrever canções quando, às questões que trazia comigo, as canções dos outros deixaram de conseguir dar resposta urgente. Comecei a escrevê-las sem grande método, descobrindo nas palavras e nas frases as melodias e os ritmos implícitos, e tentando, na guitarra, nota a nota, encontrar os acordes que melhor as sustentariam.

Sem querer copiar, mas copiando, fui encontrando uma identidade na inabilidade em copiar tal qual. Sem querer, fui construindo fórmulas, que, por querer, fiz por evitar. Fiz canções com refrão, canções sem refrão e canções que são apenas um refrão; canções com mil acordes e canções só com um acorde; algumas saíram de jorro, outras reescrevi-as vezes sem conta.

Gosto de mostrar as canções e de falar sobre elas. Fazê-lo é uma forma de organizar pensamentos, reflectir sobre o que fiz por instinto e sistematizar o que fiz sem método; de perceber o que resultou e o que falhou, e por onde ir da vez seguinte. Foi falando sobre elas que descobri, e dei a descobrir, outro mundo que elas são.

1 2

Deixe um comentário